Laureano Álvarez, oftalmologista: "Óculos de sol ruins são muito prejudiciais porque criam sombras sem filtro ultravioleta."

Usar óculos de sol é uma precaução comum no verão, mas nem todos oferecem proteção. O oftalmologista Laureano Álvarez alerta que óculos de sol de baixa qualidade que não filtram a radiação ultravioleta (UV) podem ser mais perigosos do que úteis , pois criam sombra — causando a dilatação da pupila — e, sem filtros UV, permitem que mais radiação entre nos olhos.
O que as evidências dizem e por que isso importa Este não é apenas um aviso retórico: estudos de laboratório mostraram que lentes escuras sem proteção UV podem expor mais o globo ocular.
Testes com manequins e óculos baratos revelaram que, embora as lentes bloqueassem grande parte da luz visível, em muitas condições até 14,1% da radiação incidente atingia a área dos olhos ; se os óculos fossem mantidos afastados da testa, a fração incidente variava de 3,7% a 44,8%. Esse aumento é explicado pelo fato de que a sombra que eles criam dilata a pupila e facilita a entrada de radiação quando não há filtragem adequada.
Por sua vez, a literatura científica associa a exposição cumulativa à radiação UV a processos que promovem o aparecimento precoce de cataratas e danos maculares. Pesquisas bioquímicas demonstram que a radiação UVA pode oxidar compostos do cristalino — por exemplo, a vitamina C (ascorbato) — e levar a modificações proteicas que promovem o envelhecimento do cristalino e a formação de catarata.
Óculos baratos são eficazes? Estudos e testes de laboratório Testes recentes realizados por diversos grupos encontraram deficiências em diversos modelos acessíveis: algumas lentes não mantêm a proteção mesmo após envelhecimento acelerado ou simplesmente não atendem aos níveis de bloqueio adequados, de acordo com os padrões. Relatórios de testes de laboratório e análises de mercado alertam que nem tudo o que afirma "100% de proteção" no rótulo corresponde a medições reais.
O que procurar ao comprar óculos de sol? Etiqueta clara: “99–100% UVA/UVB” ou “UV400” . Essas etiquetas significam que as lentes bloqueiam a maior parte da radiação ultravioleta (comprimentos de onda de até 400 nm). Não confie apenas na escuridão das lentes: a tonalidade não oferece proteção UV.

Prefira marcas ou distribuidores que exibam um certificado ou selo transparente. Foto: iStock
Experimente ou teste seus óculos em uma ótica . Muitas óticas conseguem medir a proteção com um fotômetro em apenas alguns segundos; solicitar um teste evita surpresas.
Ajuste e Cobertura . Óculos grandes ou envolventes reduzem a entrada lateral de radiação. Armações pequenas ou muito afastadas do rosto permitem a passagem de luz pelas laterais, mesmo com lentes filtradas. Estudos de exposição mostram que a geometria e a posição da armação influenciam significativamente a dose recebida.
Não confunda polarização com proteção UV. A polarização reduz o brilho e melhora o conforto visual, mas não garante proteção UV por si só; peça ambos os recursos se precisar.

Lembre-se de que o uso de óculos não substitui outras medidas. Foto: iStock
Se você tiver dúvidas sobre um par barato, leve-o a um oftalmologista para uma prova — é rápido e geralmente gratuito.
Escolha marcas ou varejistas que exibam um certificado ou selo transparente (UV400 / 100% UVA+UVB) e ofereçam garantia. Comprar de óticas reduz o risco de peças não conformes.
Lembre-se de que o uso de óculos não substitui outras medidas: chapéu de abas largas e evitar exposição intensa ao sol nos horários de pico ajudam a reduzir a radiação que chega aos olhos.
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